A avaliação econômica de projetos de investimento produtivo é tarefa interdisciplinar, envolvendo mais diretamente conhecimentos da matemática financeira, Gestão e Economia. Do ponto de vista da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), trata-se de conteúdo politécnico, que se aplica às diferentes tecnologias produtivas na avaliação de alternativas de alocação do capital disponível para investimento das organizações, e oportuniza o uso da matemática financeira no contexto empresarial ao nível do Ensino Médio. Na dinâmica do capitalismo contemporâneo, as atividades produtivas sofrem a ameaça crescente da financeirização da economia, com a emergência de opções financeiras para valorização do capital que têm apresentado atratividade crescente em relação às alternativas de alocação produtiva. Paralelamente, a inovação tecnológica contemporânea tem se voltado à automação de processos produtivos, diminuindo a dependência de mão de obra para a produção de bens e serviços a atenderem as diferentes necessidades humanas. A avaliação econômica de projetos de investimento produtivo se torna um conteúdo que pode problematizar essas ameaças ao mundo do trabalho em cursos técnicos do Ensino Médio Integrado (EMI), fortalecendo a formação omnilateral dos alunos, em integração curricular do trabalho, da ciência e da cultura. Para isso, um direcionamento específico do trabalho didático precisa ser planejado, no que o Produto Educacional desenvolvido por esta pesquisa vem a auxiliar. O trabalho se insere na linha de pesquisa Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação em EPT. O objetivo da pesquisa foi desenvolver e avaliar um roteiro didático para o ensino-aprendizagem da avaliação econômica de projetos de investimento produtivo como conteúdo politécnico do EMI. Um Produto Educacional que procura contextualizar o uso da matemática financeira em âmbito organizacional, trabalhar a modelagem em planilha eletrônica e fortalecer a formação omnilateral dos estudantes. O desenvolvimento da pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, seguindo métodos de avaliação de novos produtos educacionais e que envolveu a aplicação de uma Oficina elaborada a partir de uma primeira versão do Roteiro. Ocorrida no Câmpus Sertãozinho do IFSP, a aplicação do Produto com nove alunos do EMI gerou evidências para a avaliação do Roteiro inicial a partir da observação pelo pesquisador e dos questionários respondidos pelos alunos participantes e pelo docente que aplicou a Oficina. A versão final do Roteiro, consolida um conjunto de orientações, possibilidades e conteúdos voltados ao ensino-aprendizagem da avaliação econômica de projetos de investimento produtivo como conteúdo politécnico e de formação omnilateral no EMI. O Roteiro está estruturado a partir dos seis tempos curriculares propostos por Marise Ramos para o EMI (problematização, instrumentalização, experimentação, orientação, sistematização e consolidação) que incorporam proposições da Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani. Uma proposta de ensino a ser adotada por quem se abra a uma experimentação responsável da inovação curricular no Ensino Médio, encontrando no EMI um contexto escolar privilegiado para avanços de aplicação da matemática financeira em âmbito empresarial e no qual a interdisciplinaridade envolvida na avaliação econômica dos investimentos produtivos pode contribuir para a formação omnilateral dos estudantes.