A formação leitora sob o olhar da complexidade: reconexões e caminhos

Data
2022-09-23
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PUCSP

Resumo

O presente trabalho apresenta como foco de pesquisa o fenômeno formação leitora na Educação Básica, na perspectiva de professores de Língua Portuguesa. A pesquisa empreendida situa-se no âmbito da Linguística Aplicada e foi orientada pela seguinte pergunta: Qual a natureza do fenômeno formação leitora, na perspectiva do professor de Língua Portuguesa da Educação Básica, sob o olhar da Complexidade? O referencial teórico utilizado na pesquisa estrutura-se no eixo da epistemologia complexa (MORIN, 2000, 2015a, 2018), que orientou as reflexões sobre as relações entre ciência e conhecimento, focalizando a (re-)ligação dos saberes; e no eixo dos estudos sobre a formação do leitor em língua materna (SAMUELS e KAMIL, 1984; SILVEIRA, 2005; MORTATTI, 2004; SOARES, 2012a, 2012b; KLEIMAN, 1995, 2004, 2013; STREET, 2014; ROJO e MOURA, 2012, 2019; BUNZEN, 2011; COSSON, 2013; GERALDI, 2015; RANGEL, 2020), a partir do qual foi construído um painel sobre os conceitos que orientam a atuação do docente de Língua Portuguesa e a formação do leitor. A metodologia utilizada foi a Abordagem Hermenêutico-Fenomenológica Complexa (AHFC) (FREIRE, 2010, 2012, 2017), que objetiva descrever e interpretar fenômenos complexos da experiência humana, chegando-se aos temas e subtemas que caracterizam a essência do fenômeno observado. A pesquisa investigou docentes de Língua Portuguesa que atuam na Educação Básica e, como instrumentos de pesquisa, foram utilizados, além de questionário de perfil, relatos de experiência pessoal de formação leitora e conversa hermenêutica, os quais foram textualizados e tematizados. A partir do processo interpretativo da AHFC, a essência do fenômeno revelou os seguintes temas: Instituição, Enfrentamento, Materialidade, Virtualidade, Dificuldade, Incentivo e Eros. Considerando as descobertas da pesquisa e a base teórica mobilizada, o trabalho revela a possibilidade de um leitor compreendido à luz da epistemologia complexa, identificado como um intérprete ecossistêmico dos sentidos nos quais se vê entremeado, bem como a possibilidade de um docente leitor multidimensional, para o qual se propõe, como recurso à sua constituição, a auto-heteroecoformação leitora docente (FREIRE e LEFFA, 2013). O trabalho destaca, por fim, o potencial da epistemologia complexa para a pesquisa com a formação de leitores, com vistas ao aprofundamento dos estudos que compreendem as relações entre a formação leitora docente e a vivência como formador de leitores em língua materna na Educação Básica.


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